Cirurgia plástica reparadora cresce mais que a estética no Brasil
Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e informações do Jornal Folha de São Paulo, no Brasil, as cirurgias plásticas reparadoras – aquelas feitas para corrigir deformações congênitas ou adquiridas após uma doença ou acidente – estão crescendo mais do que os procedimentos estéticos. Em 2009, foram realizadas 629 mil cirurgias plásticas no país – 170 mil reparadoras (27% do total). Em 2014, as cirurgias reparadoras já representam 40%. A pesquisa foi feita com levantamento de dados de médicos da SBCP entre 2009 e 2014, dados esses que foram consolidados recentemente.
Para a entidade, foram os casos de câncer de pele e de cirurgias de redução de estômago que impulsionaram o aumento das cirurgias reparadoras em todo o país. Além disso, citam os procedimentos de reconstrução mamária, em decorrência de tumores como outro fato propulsor. Para se ter uma ideia, somente as cirurgias de redução do excesso de pele por conta de emagrecimentos cresceram cinco vezes, ao mesmo tempo em que as de reconstruções mamárias cresceram quatro. No caso das cirurgias de mama e de câncer de pele, o que cresceu não foi apenas o número de ocorrências da doença, mas a demanda por um procedimento plástico após a retirada dos tumores. Aponta-se também o caso das cirurgias bariátricas, que aumentou de fato o número de procedimentos com a popularização da técnica e acesso pelos planos de saúde.
Outros motivos que levam as pessoas a buscarem plásticas corretivas são acidentes (sobretudo domésticos e de trânsito) e defeitos congênitos como lábio leporino e malformações faciais. O aumento das cirurgias reparativas proporcionou o aumento da participação dos convênios médicos e do sistema público de saúde no financiamento desse tipo de intervenção. Em 2014, o número de procedimentos pagos por convênios e SUS passou de 16,9% para 19,5%.
Quando questionado sobre o que representa este crescimento da cirurgia plástica reparadora, o Dr. Deivis Albers detaca que o aumento dos procedimentos de reparadores pode ser comemorado se pensarmos que as pessoas têm agora mais acesso e oportunidades para correção de deformidades causadas por câncer de pele, reconstrução mamária ou após cirurgia de obesidade devido ao excesso cutâneo. Seja por convênios ou pelo Sistema Único de Saúde, os pacientes podem encontrar formas de melhorar sua autoestima e bem estar. Porém, devemos lembrar que estas cirurgias poderiam, em muito, ser evitadas ou reduzidas se os pacientes focassem na prevenção destes tumores de pele, mama e orientação de uma alimentação saudável evitando assim os altos índices de obesidade e demais doenças.